Quinta-Feira de Espiga

Hoje comemora-se mais um dia que me faz relembrar os tempos de infância, os tempos em que a inocência tomava conta de mim, tal como o de qualquer outra criança, os tempos em que frequentava a Escola Primária, que nos dias de hoje, se designa por 1º Ciclo do Ensino Básico.

Este dia a que eu me refiro, não é mais que a “Quinta-feira de Espiga” ou “Dia da Espiga” e que todos nós tanto gostávamos, por nos ser permitido ir passear pelos campos, com todos os colegas de turma, para colhermos o ramo com a espiga de trigo. Não era só o prazer de ir à espiga que nos fazia gostar deste dia, mas também o de poder sair dos portões da escola para fora, de ter aquela sensação de liberdade que se tem, quando passeamos pelo campo, de estar perto daquela miúda que mais gostávamos e que nos fazia suspirar (lá se vai a inocência), de estar menos tempo dentro da sala de aula e por consequência, o dia de aulas ser mais curto, enfim, de uma série de circunstâncias, que nos deixavam alegres e satisfeitos!

Mas o que é afinal a “Quinta-feira de Espiga”? Não é mais que o dia em que se comemora a ascensão de Jesus Cristo ao Céu e que no calendário cristão, é simbolizado pelo colher da espiga de trigo, como bênção dos primeiros frutos.

Mas este ramo não é apenas composto por uma espiga de trigo (que simboliza o pão), também fazem parte dele um malmequer (que simboliza o ouro e a prata), uma papoila (que simboliza o amor e a vida), um ramo de oliveira (que simboliza o azeite e a paz), um ramo de parreira (que simboliza o vinho e a alegria) e um pé de alecrim (que simboliza a saúde e a força), sendo depois guardado até ao ano seguinte, onde um novo ramo será colhido.