sexta-feira, 4 de maio de 2007

Marcha Global da "Marijuana"

A Cannabis Sativa ou "Marijuana" é uma planta herbácea da família das Canabiáceas (Cannabaceae), amplamente cultivada em muitas partes do mundo. As folhas são finamente recortadas em segmentos lineares; as flores, unissexuais e inconspícuas, têm pêlos granulosos que, nas femininas, segregam uma resina; o caule possui fibras industrialmente importantes, conhecidas como cânhamo; e a resina tem propriedades estupefacientes (sensações semelhantes às produzidas pelo ópio). A substância psico-activa presente na "Marijuana" é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). Geralmente a "Marijuana" contem até 8% de THC, mas algumas das suas variedades (cruzamentos entre a espécie Sativa e Indica, comumente conhecidas como Skunk) produzem recordes na marca de 33% de THC.
Os primeiros registos históricos do uso da Cannabis Sativa para fabricação de papel, datam de 8000 anos a.C, na China. Depois os chineses descobriram e desenvolveram outras formas de uso da planta, principalmente para produção de artigos textêis e medicinais. Mais tarde, outras sociedades, como os gregos, romanos, africanos, indianos e árabes também aproveitaram as qualidades da planta, fosse ela consumida como alimento, medicina, combustível, fibras ou fumo. Entre os anos de 1000 a.C. até meados do século XIX, a "Marijuana" (incluindo cânhamo) foi o maior produtor na agricultura do mundo, produzindo a maior parte dos papéis, combustíveis, artigos textêis (dependendo da cultura que a utilizava), a primeira, segunda ou terceira medicina mais usada. A sua grande importância histórica deve-se ao facto da "Marijuana" ter a fibra natural mais resistente e forte de todas as outras, podendo ser cultivada em praticamente qualquer tipo de solo, além de ser uma das medicinas mais importantes e uma das maiores fontes de inspiração religiosa entre povos nativos de África e do Oriente.

Carolus Linnaeus classificou-a em 1753, chamando-a de Cannabis Sativa L., onde o L vem do seu sobrenome, Linneaus. É necessário lembrar que não existe apenas Cannabis Sativa, temos muitas, como a Cannabis Indica e outras. É comum o cultivo de Indica, Sativa e Híbridas que são novas sub-espécies surgidas de cruzamentos entre as espécies.
A comercialização da planta foi proibida nos Estados Unidos por volta de 1930, tendo o país efectuado uma forte propaganda em torno do assunto, sendo o pivôt do movimento o político Harry J. Aslinger. As motivações de Aslinger bem como a veracidade científica das informações veiculadas na época (algumas ainda circulam nos dias de hoje) permanecem muito controversas, e foi assim que em 1960 a ONU recomendou a proibição da Cannabis Sativa em todo o mundo.
E é sobre este último ponto que eu tenho algo a dizer, não por ser um consumidor de "Marijuana", porque já não o sou mais, mas porque sinto que existe uma grande injustiça, para aqueles que fazem uso das suas propriedades, sejam elas quais forem (fumo, medicinais, fibra de cânhamo,etc...).
A sociedade de hoje recrimina o seu uso alegando ser uma droga, mas tapando os olhos a outras bem piores como o tabaco, o álcool e os químicos (fármacos) que podemos encontrar numa qualquer farmácia. Eles alegam que é maléfico ou que cria dependências, mas de todas estas que referi é a única que não cria dependência física! Não quero com isto dizer que o uso da "Marijuana" seja feito de qualquer maneira ou em quantidades excessivas, porque tudo o que é demais também traz algo de mal! Só acho que são curtos os limites que separam a resignação da hipocrisia, e como tal, devíamos olhar para as coisas não como nos contam, mas sim como pensamos!

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